LÃND DESIGN AWARD ED#2

Outubro trouxe a revelação dos vencedores dos Prémios Lãnd Design Award ED#2, iniciativa integrada na Lãnd – Wool Innovation Week. Promovido pela Rede das Aldeias de Montanha e pelo Município de Manteigas, o concurso desafia criadores e designers, estudantes e profissionais, a reinventar a lã, valorizando este recurso endógeno e sustentável através de soluções inovadoras que respeitam os princípios da economia circular.

Com o mecenato do Crédito Agrícola, o Lãnd Design Award distingue projetos que se destacam pela criatividade, sustentabilidade e contributo para o futuro da lã.

Parabéns aos vencedores desta segunda edição:

Projeto FonoLã | Liliana Carvalho

Vencedora do Prémio Sustentabilidade, com o valor de 5.000€

Liliana Carvalho exerce arquitetura desde 2009 e obteve o Mestrado em Engenharia Acústica em 2024 pela Universidade de Coimbra. Complementou os seus estudos com a formação em Arte Sonora durante os 7 anos que trabalhou como arquiteta em Londres. Quando regressou a Portugal, ganhou o financiamento InterReg 2022 ICC com o projeto Terra Som. Desde então dedica-se à investigação e ao estudo de elementos eco-acústicos que se baseiam em práticas de construção em terra, operando entre Lisboa e Montemor o Novo.

O projeto seu projeto FonoLã, vencedor na categoria de Sustentabilidades, foca-se no resgate da lã natural para o desenvolvimento de um painel acústico. A sua produção baseia-se nas práticas da economia circular, desde a selecção ponderada dos materiais e recursos até à cofragem da mistura – composta essencialmente por lã e cal – com o objetivo de repensar os processos de reciclagem e reduzir ao mínimo o desperdício.

Projeto Pinga | Beatriz Gonçalves, a Elvira Pomar e Guadalupe Ideias Moura

Coletivo vecedor do Prémio Estudante, com o valor de 1.500€

Beatriz Gonçalves, a Elvira Pomar e Guadalupe Ideias Moura, formam um coletivo de jovens estudantes de design, que concorreu ao Lãnd Design Award com o projeto Pinga, desenvolvido no âmbito da licenciatura de design de equipamento em Belas Artes.

Beatriz Gonçalves, 21 anos, natural de Guimarães. Licenciada em Design em Belas-Artes e atualmente a concluir o Mestrado em Marketing no ISEG, acredita que o design vai muito além da estética, é uma ferramenta estratégica poderosa capaz de provocar emoções e mudar mentalidades. É aqui que a sua paixão por viajar e explorar diferentes formas de pensar alimenta a sua visão multidisciplinar e humana do design. Este prémio representa não só uma conquista pessoal, mas também um reflexo do compromisso que tem com a inovação, a autenticidade e o impacto positivo do seu trabalho.

Elvira Pomar, 22 anos, nasceu e cresceu em Lisboa. Formou-se em Design de Equipamento na FBAUL e frequenta o Mestrado em Design de Moda da FAUL, onde apresentou a sua primeira coleção “Suave”, que explora várias iterações da lã portuguesa. Trabalhou com a mãe na Retrosaria Rosa Pomar, aprendeu sobre a Moda de Luxo na Bottega Veneta, e vai estagiar com a ISTO como conclusão de curso. É apaixonada pela Cultura Material portuguesa, e pela interseção entre o Espaço e a Moda através do Vitrinismo. No futuro quer trabalhar para valorizar a Indústria Portuguesa através do seu trabalho criativo interdisciplinar.

Guadalupe Ideias Moura, 23 anos, é licenciada em Design de Equipamento pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Atualmente vive nos Países Baixos, onde começou o mestrado em Rethinking Design Industries, centrado em como tornar o design mais inclusivo e sustentável. Interessada em muitas áreas diferentes, desde o “craft” ao design, a sua prática combina uma abordagem experimental e interdisciplinar, sempre com uma base de pesquisa.

Em vez de partir de uma ideia no vácuo, decidiram usar dois materiais portugueses que tinham à disposição: o feltro de 100% lã portuguesa e a madeira de ipê aproveitada de prédios pombalinos em obras. Estes dois materiais portugueses tão nobres foram aliados a uma das mais proeminentes produções portuguesas: o vinho. Graças às qualidades de isolamento térmico e amortecimento da lã, e à beleza de uma madeira centenária, o saco Pinga foi idealizado para transportar garrafas de vinho.

Projeto Sementeira | Joana Henriques

Menção Honrosa do Prémio Estudante

Joana Henriques, é estudante de Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Além disso, é trabalhadora-estudante desde os 16 anos, algo que moldou a sua forma de estar: é determinada, pragmática e gosta de construir soluções com propósito.  No design, acredita que cada projecto deve servir as pessoas e ter impacto real na comunidade, e por isso defende que a sustentabilidade não é uma opção, mas uma responsabilidade ética.

O seu projeto, Sementeiras de lã, nasce da vontade de dar um novo propósito ao excesso de lã produzida localmente, integrando-a num ciclo de economia circular. Através do investimento do nosso tempo e do envolvimento da comunidade, a sua ideia é transformar a lã em sementeiras que usam este material para acolher e proteger as sementes durante a germinação. Estas sementeiras poderão depois ser plantadas diretamente no solo da serra, no mesmo território de onde a lã é proveniente, fechando o ciclo e devolvendo à natureza parte dos recursos que dela recebemos.

 

Juntos continuamos a pensar o futuro da lã e da montanha!