2022 chegou de mansinho, com cuidado e recato – e o horizonte que temos pela frente parece-nos cautelosamente otimista!
Na semana passada demos destaque aos projectos que a ADIRAM tem em mãos para este ano. Gostávamos de saber também quais são os vossos. Estará na vossa lista uma temporada num dos inspiradores co-works das Aldeias de Montanha? Uma escapadinha demorada que junta passeios pela neve e sessões de spa? Um périplo gastronómico à descoberta dos sabores de forno? Uma ideia de negócio num cenário sem pressas?
Seja qual for o plano ou desejo, continuamos empenhados em partilhar convosco informação pertinente sobre os assuntos da serra!
Hoje vamos dar destaque às Aldeias de Montanha de Fornos de Algodres, que são duas: Algodres e Figueiró da Granja.
Algodres, Aldeia de Montanha
Território ocupado desde o Neolítico, e ainda com vestígios da época romana, Algodres foi “vila e cabeça de um vasto concelho” até 1836. Do castelo já não há rasto, mas o pelourinho quinhentista que ladeia a Igreja Matriz atesta a antiguidade deste lugar.
Algodres tem na sua geografia um generoso património natural, arqueológico e arquitectónico, que nos leva a viajar por mais de 5000 anos!
Podemos explorar a calçada e ponte romanas de Matança, um troço do caminho romano que ligava Mérida a Viseu, as antas de Cortiçô e de Matança, as sepulturas de Casal Vasco e a necrópole das Forcadas. Há pelourinhos, fontanários igrejas e capelas e, para encher os olhos e esvaziar a cabeça, recomendamos as vistas do miradouro do Comborço, as ribeiras da Muxagata ou do Carapito, e a Fraga da Pena, a 750m de altitude.
Para os amantes de caminhada, recomendamos a Rota dos Miradouros (PR2 FAG), um percurso circular com 8km, que percorre a aldeia, passando pelos miradouros do Outeiro e do Comborço, de onde se avistam os vales das ribeiras da Vila Chã e do Cortiçô até ao sopé da serra da Estrela.
Para recuperar destes longos passeios, sentamo-nos à mesa: para degustar, a reconfortante comida de forno desta região. Cabrito à moda de Fornos, borrego ou frango do campo, acompanhados de vinho da Região Demarcada do Dão e uma fatia de queijo da serra a fechar.
Figueiró da Granja, Aldeia de Montanha
Em 2018, a Aldeia de Montanha de Figueiró da Granja celebrou, com imensa festa, os 500 anos de atribuição do foral manuelino.
Com cerca de 400 habitantes, foi vila e sede de concelho entre os séculos XV e XVIII. Está encaixada nas proximidades da margem direita do rio Mondego, a 6km da sede de concelho e tem como ponto mais alto o Castro de Santiago, a 614m de altitude, que nos oferece uma vista desafogada sobre a paisagem até ao sopé da Serra da Estrela. Ao olharmos com atenção, vamos encontrar ainda dois penedos graníticos que foram transformados em recintos fortificados durante a Idade do Cobre, cerca de 3000 anos antes de Cristo.
Durante quase um século, Figueiró da Granja foi propriedade do Mosteiro de São João de Tarouca, da Ordem de Cister, à qual os locais pagavam uma renda pela utilização de casas e terrenos. A população conquistou a autonomia em 1243, mas não perdeu a devoção: foram erguidas quatro capelas nos limites dos pontos cardeais da aldeia.
A nascente, Nossa Senhora da Copacabana, a norte, São Pedro e Santa Eufémia, a poente, São Sebastião, e a sul, São Silvestre. Estes são os santos vigilantes e protetores que guardam a povoação, mantendo-se viva e carinhosa a sua devoção.
O espólio religioso desta pequena aldeia é vasto e ancestral, como pode ser testemunhado numa visita ao Museu Paroquial de Arte Sacra.
Figueiró pode ser pequenina, mas mantém todo o charme das habitações de pedra granítica, ruas estreitas e acolhedoras e uma bela paisagem. Para quem gosta de fotografia, tem aqui belíssimas imagens para captar!
Aguardamos as vossas visitas!
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