Hoje vamos explorar as cinco Aldeias de Montanha do concelho da Covilhã.

Cortes do Meio, Penhas da Saúde, Verdelhos, Erada e São Jorge da Beira juntam-se numa mão cheia de lugares que convidam à vossa visita. Há paisagem, passeios, gastronomia e muito ar puro para desfrutar em compasso lento.

 

Cortes do Meio, Aldeia de Montanha
Poço do Inferno, em Cortes do Meio, Aldeia de Montanha
Cortes do Meio, Aldeia de Montanha

Cortes do Meio, uma Aldeia de Montanha

Cortes do Meio é a capital das piscinas naturais em Portugal, e faz parte da nossa lista de praias fluviais para mergulhos frescos de verão.

Repousada na vertente sul da Serra da Estrela, Cortes do Meio é natureza em estado puro e as águas são o seu tesouro mais precioso: para além da semi-glaciar Ribeira das Cortes, que circunda a povoação, a aldeia é uma fonte inesgotável de lagos, poços e cascatas – todos de águas frescas, límpidas e cristalinas. Com 12 piscinas naturais mapeadas, que se transformam em lagos gelados nos invernos mais rigorosos, inclui também cascatas naturais. Uma delas, Poço da Cascata, com 20 metros de altura, situa-se a maior altitude em Portugal, nos 1400 metros.

Sendo as piscinas fluviais o ex-libris da zona, poderão desfrutar das várias rotas demarcadas, tanto a pé como em BTT. A Rota das Pontes (PR17 CVL) é circular, com início e fim no parque infantil, e atravessa vários poços, passando pelo fotogénico Poço do Funil.

Para visitar, estendemos o horizonte pela Ponte Velha sobre a Ribeira de Cortes e o Vale Glaciário de Alforfa. Dormir e comer são outras grandes razões para andarmos de passeio e não faltam sugestões.

Espreitem a Casa de Campo de Torneiros, a Casa do Adro, a Villa Travancinha, o fantástico H2otel, com o seu spa ou a Villa Silene, que é pet friendly. Na gastronomia, o cabrito é rei e há que o desfrutar. Espreitem aqui algumas opções.

 

Penhas da Saúde
Penhas da Saúde, Aldeia de Montanha na Covilhã
Covão do Ferro

Penhas da Saúde, uma Estância de Montanha

Penhas da Saúde fica a 1500 metros de altitude! A nossa recomendação é simples: fechar os olhos, inspirar, expirar. Aqui chegados, que é como quem diz, ao coração da Serra da estrela, sentimos a nossa pequenez na imensidão tranquila que nos rodeia.

No inverno, a neve é presença assídua, estendida sobre os telhados triangulares e a vasta montanha. Abrandamos e reequilibramos as energias. Em tempos idos – e o antigo edifício ainda existe -, funcionou aqui uma estância termal vocacionada para o tratamento de doenças respiratórias. Hoje, são os desportos de neve que dominam as atenções!

Para explorar, o Miradouro da Varanda dos Carquejais, com uma plataforma suspensa sobre a encosta e uma vista soberba, fica a 1130 metros de altitude, na vertente oriental da Serra da Estrela. Outras opções podem ser o Vale Glaciário de Alforfa, a Barragem do Lago do Viriato, com uma belíssima envolvente, ou o Covão do Ferro.

Para dormir e comer, também não faltam óptimas opções, como a Pousada da Serra da Estrela (o antigo sanatório dos Ferroviários), o PuraLã – Wool Valley Hotel & Spa ou o Luna Chalés de Montanha com piscina aquecida. Podem consultá-las por aqui.

 

Praia Fluvial de Verdelhos
Ribeira de Beijames
Verdelhos, Aldeia de Montanha

Verdelhos, uma Aldeia de Montanha

Quantos tons de verde podemos encontrar numa única paisagem? Verdelhos, plantada num vale entre dois montes junto ao rio Beijames, desafia-nos a imaginação e o olhar. Para lá da riquíssima paleta de cores da natureza, há percursos pedestres para descobrir (as veredas da Abitureira, do Aguilhão, da Cabeça do Pato e das Sarnadas), uma praia fluvial e património natural e arquitetónico para explorar.

Hoje, a par com a serralharia e a carpintaria, as gentes da terra continuam a dedicar-se principalmente aos afazeres tradicionais: agricultura (milho, batata e feijão) e pecuária (gado bovino e caprino) – afinal, quem nasce no meio do tanto verde, nunca perde a ligação à natureza.

O Vale da Ribeira de Beijames, com uma fauna e flora espectaculares, e a zona balnear e barragem de Verdelhos merecem a vossa visita. Para quem gosta de percorrer trilhos pedestres, sugerimos a Rota do Poço do Inferno (PR1 MTG), com belas vistas panorâmicas.

 

Erada, Aldeia de Montanha
Erada, Aldeia de Montanha
Erada, Aldeia de Montanha

Erada, uma Aldeia de Montanha

O melhor da gastronomia local está por aqui e a mesa põe-se com cabrito recheado, broa de milho com carnes, chanfana ou papas de carolo.

Para visitar, a Capela de São Sebastião, construída no Século XVIII, e para explorar com bom tempo, a paisagem humanizada da Erada mostra-nos antigos casarios e campos agrícolas no centro da aldeia, onde permanecem os tradicionais muros de pedra. Na floresta, domina o pinheiro-bravo e matos rasteiros; já na linha de horizonte acompanha-nos a imponência da Serra da Estrela.

Quem gosta de subir alto, pode apontar para o Vértice Geodésico da Carrapata, a 976 metros de altitude e para mergulhos, o belo complexo desportivo da Piscina da Erada.

 

São Jorge da Beira
Museu São Jorge da Beira
Casa Museu São Jorge da Beira

São Jorge da Beira, Aldeia de Montanha

José Saramago, no seu “Viagem a Portugal”, descreve assim São Jorge da Beira: “a aldeia aparece subitamente inteira, lançada pela encosta acima como se houvesse tido grandes projetos de ascensão e lhe faltassem as forças logo no primeiro impulso”.

Inicialmente denominado Cebola (por estar muito perto do Pico da Cebola, o ponto mais alto da Serra do Açor), passou a freguesia independente nos finais do século XIX. Décadas mais tarde, nos anos sessenta, trocaram voltaram a trocar a denominação desta terra de minas de volfrâmio, estanho, quartzo e apatite, e Cebola passou a chamar-se São Jorge da Beira, em homenagem ao seu santo padroeiro.

A capacidade de reinvenção mantém-se, e apesar do declínio do setor mineiro e o envelhecimento da população, a aldeia conserva dinâmicas associações culturais, sem esquecer o passado.

A visitar, a Casa-Museu São Jorge da Beira, para dormir, a Lameirinhos Casa de Campo, e para comer, o restaurante Fiado.

 

Terminamos o nosso passeio pelas Aldeias de Montanha da Covilhã. Estando por aqui, estendam o vosso passeio até às redondezas, porque a Covilhã tem muito para oferecer. Este ano marca uma década do Wool – Covilhã Urban Art, o festival de arte urbana, e a cidade tem já uma incrível colecção de peças e murais que podem visitar e descobrir no seu roteiro, visual e sonoro, detalhado.

Bons passeios!